Silvia Bretz referência em endocrinologia explica como o FDA faz justiça aos hormônios da menopausa
No dia 10 de novembro de 2025, a saúde da mulher entrou oficialmente em uma nova era. Depois de 23 anos, o FDA (agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos) iniciou a retirada do temido “black box warning” – o alerta máximo de risco – dos medicamentos hormonais usados na menopausa.Departamento de Saúde e Serviços Humanos+1
Na prática, isso significa rever um dogma que afastou milhões de mulheres de uma terapia que, quando bem indicada, pode proteger coração, ossos, cérebro e qualidade de vida. Algo que endocrinologistas e especialistas em saúde hormonal – como a endocrinologista Dra. Silvia Bretz – defendem há muitos anos, com base em evidência científica.
Um anúncio que pegou a comunidade médica mundial de surpresa
O comunicado do FDA surpreendeu a comunidade médica global e, em especial, a Endocrinologia. Desde 2003, os remédios com estrogênio e progestagênios traziam um quadro em preto na bula – a famosa “caixa preta” – alertando para risco aumentado de infarto, AVC, câncer de mama e demência, com base em interpretações iniciais do estudo Women’s Health Initiative (WHI).TIME+1
Novas análises, porém, mostraram que esses riscos foram superestimados, sobretudo porque muitos estudos foram feitos em mulheres mais velhas, usando esquemas hormonais que já não representam a prática atual. Ao revisar essas evidências, o FDA decidiu retirar o alerta máximo e corrigir um erro histórico.Departamento de Saúde e Serviços Humanos+2TIME+2
Enquanto sociedades científicas no mundo todo se posicionam, o recado para médicas, médicos e pacientes é claro: medo não pode substituir ciência.
O que exatamente o FDA decidiu
O FDA anunciou o início da remoção dos “black box warnings” de mais de 20 medicamentos usados na terapia hormonal da menopausa (estrogênio isolado, estrogênio combinado a progestagênios e apresentações sistêmicas e locais).Reuters+2AP News+2
O foco da agência foi:
- Atualizar a bula à luz de estudos mais recentes;
- Reduzir o peso do medo, que afastava mulheres de um tratamento potencialmente benéfico;
- Manter avisos específicos, como o risco de câncer de endométrio em quem usa estrogênio sem proteção progestagênica, especialmente em mulheres com útero.Departamento de Saúde e Serviços Humanos+2emas-online.org+2
A declaração do FDA, na íntegra
Leia abaixo, na tradução fornecida, o trecho do pronunciamento oficial:
Pode não haver outro medicamento na era moderna que consiga melhorar os resultados de saúde das mulheres em nível populacional do que a terapia de reposição hormonal. Após 23 anos de dogma, o FDA hoje está anunciando que vamos parar a máquina do medo, que afastava as mulheres deste tratamento que muda a vida, até mesmo que salva a vida. O FDA decidiu retirar dos produtos à base de estrogênio para reposição hormonal, os alertas da “Caixa Preta”, aquele rótulo que provocava medo!
Isto é baseado em uma revisão robusta com base nas novas evidências científicas. Essa decisão ganhou força em um painel de especialistas do FDA, realizado há alguns meses, inclusive alguns desses médicos e experts estão conosco hoje. Também estamos aprovando duas novas drogas para o tratamento de sintomas de menopausa.
Estamos ouvindo médicos que estão “agitando bandeiras no ar”, dizendo que estávamos errados. Estamos ouvindo mulheres que estão desafiando o paternalismo da medicina. Estamos ouvindo estudantes de medicina feminina que pediram mais educação de menopausa no currículo.
Esta administração ouviu sua voz e não tem medo de desafiar o “Status Médico”. Nós consultamos a opinião de pessoas, escutamos pacientes em leitos hospitalares, e aprendemos muito com isso. A Terapia de Reposição Hormonal salvou casamentos, salvou mulheres da depressão, preveniu crianças de seguirem sem suas mães.
Uma profissão médica dominada por homens, vamos ser honestos, minimizou os sintomas de menopausa. E, como resultado, as questões de saúde das mulheres não receberam a atenção que elas merecem. Mais de 80% das mulheres têm sintomas severos notáveis, que perduram por até 8 anos.
Como o Status médico conseguiu errar por tanto tempo? Esse é o poder do “Pensamento Grupal”. As mulheres merecem a mesma ciência rigorosa que é usada para os homens. Não acreditamos no dogma médico, acreditamos em evidência, ciência, escolhas do paciente, e na restauração do relacionamento médico-paciente.
Falamos muito sobre isso no escritório do secretário: o jeito que restauramos a confiança pública danificada é mostrando humildade.”
É uma fala dura, que reconhece publicamente décadas de medo e de subvalorização da menopausa – e devolve ao debate algo que deveria ser central desde sempre: evidência científica e autonomia da mulher.
Medo que custou caro à saúde da mulher
Por 23 anos, um rótulo em destaque nos remédios com estrogênio espalhou medo e afastou muitas mulheres da reposição hormonal. Muitas simplesmente “engoliram seco” os fogachos, a insônia, a queda da libido, a irritabilidade, o ganho de peso, a perda de massa óssea – e, silenciosamente, o aumento de risco cardiovascular.
Se a reposição adequada tivesse sido mantida, uma parte importante de doenças cardiovasculares, hipertensão, infarto, morte, osteoporose e até alguns casos de declínio cognitivo poderia ter sido evitada, principalmente quando a terapia é iniciada na chamada janela de oportunidade (nos primeiros anos após a menopausa).Departamento de Saúde e Serviços Humanos+2TIME+2
Não se trata de “pílula mágica” nem de prometer que hormônios resolvem tudo. Mas de reconhecer que, em mulheres certas, na idade certa, com o esquema certo, a reposição hormonal tende a proteger mais do que ameaçar.

“O problema nunca foi o estrogênio bem usado”
Um ponto central deste novo capítulo é separar vilões e mocinhos dentro do próprio tratamento hormonal.
Como ressalta a Dra. Silvia Bretz, endocrinologista, referência em saúde hormonal e metabólica no Brasil, o problema nunca foi o estrogênio em si, e sim o uso errado de progestágenos, pela via errada e na dose errada.
Quando usamos o hormônio certo, pela via certa e na dose certa, com o progestágeno adequado, o resultado é outro: proteção cardiovascular, óssea, cognitiva, metabólica, libido, formato do corpo e muito mais. Enfim, qualidade de vida. Saúde é coisa muito séria e não combina com desinformação.
O risco de câncer de mama aumenta principalmente quando:
- se escolhe um progestágeno inadequado;
- se insiste em vias menos seguras para o perfil da paciente;
- se usa dose ou tempo de tratamento sem critério individualizado.Nature+1
Por isso, cresce o uso de estrogênio em via transdérmica (adesivos, géis, cremes), que tende a ter menor impacto em risco de trombose e em alterações do perfil lipídico quando comparado a algumas formulações orais, especialmente em determinados grupos de mulheres.TIME+1
Estrogênio oral x transdérmico: por que a via importa
Embora o anúncio do FDA fale de forma ampla em terapia hormonal da menopausa, a prática clínica moderna já vinha priorizando certos esquemas:
- Via transdérmica (adesivos e gel): associada a menor risco de trombose em comparação à via oral, em muitas pacientes;
- Doses mais baixas e individualizadas;
- Progestágenos mais fisiológicos (como a progesterona micronizada) em vez de progestinas mais antigas, em diversos casos.Departamento de Saúde e Serviços Humanos+1
A Dra. Silvia Bretz enfatiza:
Eu prefiro não usar estrogênio via oral para evitar o risco de trombose e piora do perfil lipídico. Por isso, uso mais a via transdérmica. Com o esquema certo, coração, ossos, cérebro, metabolismo e libido agradecem. Além disso, muitos outros benefícios ocorrem com o esquema desenhado especialmente para você. Afinal, cada mulher é única.
É fundamental lembrar: isso não é uma receita pronta para todas. A escolha da via, da dose e do tipo de hormônio precisa ser feita em consulta, frente a frente com o médico, analisando exames, histórico familiar, riscos individuais e preferências da paciente.
Janela de oportunidade: quando começar faz diferença
Um dos pontos de maior consenso hoje é a importância da janela de oportunidade:
- de preferência nos primeiros 10 anos após a última menstruação ou antes dos 60 anos;
- momento em que os benefícios cardiovasculares, ósseos e metabólicos tendem a superar os riscos na maioria das mulheres saudáveis.Departamento de Saúde e Serviços Humanos+2TIME+2
Como reforça a própria Dra. Silvia Bretz:
Iniciar a reposição na janela de oportunidade faz toda a diferença na menopausa.
Fora dessa janela, a decisão pode ser mais complexa, especialmente em mulheres com múltiplos fatores de risco ou doenças pré-existentes. Por isso, o recado deste novo posicionamento do FDA não é “todas devem tomar hormônio”, mas sim: “todas merecem ser bem informadas para decidir junto com seu médico”.
Um acerto de contas com o medo
A fala do comissário do FDA também toca em um ponto histórico: o paternalismo da medicina em relação à saúde da mulher. Durante décadas, sintomas da menopausa foram minimizados, tratados como “frescura” ou algo que a mulher deveria simplesmente suportar.
Hoje se sabe que:
- mais de 80% das mulheres têm sintomas significativos na menopausa, que podem durar até 7–8 anos;Departamento de Saúde e Serviços Humanos+1
- fogachos, alterações de humor, insônia e dor afetam produtividade, relacionamentos, saúde mental e física;
- ignorar tudo isso por medo ou preconceito cobra um preço alto em qualidade de vida.
Ao retirar o alerta máximo e reconhecer publicamente esse erro histórico, o FDA envia um recado para o mundo: mulheres merecem ciência rigorosa, não dogma.
Dra. Silvia Bretz: referência mundial em Endocrinologia e saúde hormonal
A decisão do FDA ecoa o que especialistas pioneiros vêm defendendo há anos. Entre eles, a Dra. Silvia Bretz, endocrinologista com atuação focada em menopausa, emagrecimento e saúde hormonal, com consultório no Leblon (RJ) e forte presença digital em educação de pacientes.Silvia Bretz+2Silvia Bretz+2
Reconhecida como uma das maiores autoridades em Endocrinologia, Saúde Metabólica e Saúde Hormonal na prática clínica e na comunicação com o público leigo, a Dra. Silvia:
- estuda e aplica reposição hormonal baseada em evidências;
- sempre se posicionou contra o uso do medo como ferramenta de controle;
- trata suas pacientes de forma personalizada, levando em conta exames, história familiar, objetivos de vida e, principalmente, autonomia na escolha.
Nas palavras dela:
Eu me orgulho de nunca ter me rendido ao medo, de estudar, me tratar e tratar minhas pacientes com base em evidência, e ver todas elas seguindo a vida bem, ativas e felizes.
O que muda para você, na prática?
A decisão do FDA não significa que toda mulher deva sair tomando hormônio, nem que os riscos desapareceram. O que muda é o peso do medo na conversa entre paciente e médico.
A partir de agora, torna-se ainda mais legítimo:
- perguntar claramente sobre opções de terapia hormonal;
- discutir vias de uso (oral x transdérmica), tipos de hormônio e esquemas;
- avaliar riscos e benefícios de forma individualizada;
- entender se você está ou não dentro da janela de oportunidade;
- recusar tanto o terrorismo quanto a promessa de solução mágica.
E um lembrete essencial: nunca inicie, ajuste ou interrompa reposição hormonal por conta própria. Use essa mudança histórica como convite para uma conversa madura com seu endocrinologista ou ginecologista de confiança.

